19 janeiro 2014

Acima do trópico, netuno.

Vejo em nós o sufoco de uma alegria não dita, de um sentimento timidamente guardado em gaveta de hesitação. Sem anuências, sem promessas, sobrevivendo aos meses terminais de uma experiência que há finitude anunciada. Por ora. Pois então guarda-te o que queres para que não estragues, e desta forma poderá viver verdadeiramente como um todo em um futuro próximo. Vendo-me a teus deleites e sorrio doentia a me felicitar com isso; nada temo e nada arrependo a não ser os momentos em que não estou contigo. Porque caio em minhas próprias peripécias juvenis que me conduzem ao mesmo caminho há quase meses, e mesmo sabendo que dói, me faz feliz. No entanto, como diz Alves em devaneio, a ostra feliz não faz pérola. Então sofra-me a dor de um amor romântico e marque em mim a tua falha. Pois não é a aquarela azul do Atlântico ou a terracota da América; somos nós meros borrões de hormônios contorcidos e sentimentos complicados que nos fazem afastar não só o corpo mas a alma um do outro. Pois se não há espera em nós, há destino, então me tranquilizo em não só fazer o que agora me é certo certo, mas deixo-me perder, em um até logo ou para sempre, nos caminhos que convergem até você.

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