14 novembro 2013

The change.

     Vinte e quatro meses, a credibilidade inabalável de nossos seres e toda a incerteza de um futuro que corre em nossa direção. Suas incoerências se chocam contra a minha força de vontade em me auto-afirmar de forma óbvia e nossos caminhos conturbados pela névoa de pensamentos e questões tumultuam soluções simples de serem tomadas. Não pertencemos a esse lugar, mas também não sabemos aonde devemos ir. Eu já guardei minhas coisas na mala velha atrás da nossa porta, tenho um livro na bolsa e boa música para ouvir na estrada. Salvo o vazio dentro de mim, estou cheia das palavras mal ditas, e sem sucesso ainda tento entender nossos diálogos. Você me pede para não ir, mas não me dá uma razão para ficar. Sinto-me perdida nesse complexo de trilhas nas quais me intrometi e temo perder a razão e a alma para toda essa calmaria natural de uma vida sem mudanças.
    Não grite comigo. Não me diga o que fazer. Não seja você. 
     A se emaranhar na racionalidade desnecessária, na ofensa recorrente de comentários de cunho absurdamente idiota. Já pensou como pode ser difícil idealizar e projetar uma vida física consideravelmente boa e paralelamente viver afastado através da sua criação mental de um mundo perfeito na qual eu não mais estou inserida? O engraçado da frieza é que quem a tem "morre" primeiro do que aquele na qual se projeta a indiferença. Não deixe que me sinta viva com o seu processo mortuário de embalsamamento dos nossos sentimentos. As chaves do carro ainda não existem mas estou disposta a fugir no meio da noite em função da necessidade de me descobrir. Quando olhei para trás e pude observar seu olhar longe e nem um pouco surpreso bati a porta e acelerei. Já não era mais eu ali, era quem eu sempre quis conhecer e me apresentar formalmente e assim me apropriar do que nunca fui e talvez nunca pudesse ser. Não havia mais celulares, conexões e amarras que me guiassem a caminhos cem por cento seguros ou o cúmulo da consciência combinada ao pudor em não arriscar meio centímetro da minha vitalidade humana. 
     Entendo que por não sermos eternos um de nossos maiores deveres é fazer o que tem que ser feito caso aquilo seja indubitavelmente o que queremos. Pois somos mais vivos quando vivemos de fato, e não porque há fluido vermelho suficiente nos fazendo ficar de pé. Somos tão únicos quanto os momentos e destes devemos fazer o que justificaria todas os nossos anseios e receios com uma práxis indiscutível. 
     Abraça-me e ao mundo igualmente, mas não esqueça-te a quem lhe designa amor em diferente medida daqueles que somente lhe são gratos pelo "bom dia" desejado. 
a

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