11 dezembro 2012

O jardim secreto do eu.

Extremamente recomendado que se ouça a música ao ler o texto.
Não há filme que mais me lembre a infância do que O Jardim Secreto. Feito no ano em que nasci (93) me surpreende o fato de ainda ter em si questões tão atuais e humanas. Há quem diga que dentro de cada um de nós existe um lugar guardado, quieto, adormecido e secreto, que muita das vezes nem nós mesmos sabemos. Encontrarmos quem somos, o  que queremos e o que devemos fazer pode nos custar uma vida ou somente alguns minutos de lucidez iluminada. Aos que custam uma vida pressupõe-se que são aquelas nas quais passam tempo em demasia dentro do seu quarto escuro. Não o quarto da sua casa, mas aquele que criamos dentro de nós para nos refugiarmos nos tempos difíceis. Tais pessoas, que se trancam, adoecem e em um determinado momento passam a acreditar que irão morrer a qualquer momento, mesmo que simbolicamente, e que se forem de encontro a luz e ao ar límpido que enche nossos pulmões da alma, serão acometidos por malefícios; e dessa forma acabam por se esconderem e se afundarem em suas camas "seguras". Porém é necessário o despertar do ímpeto a procura pelo seu jardim. Por aquele lugar que fora coberto por tantas coisas que você sequer consegue achar a entrada. Ou pelo menos acha que não consegue, e desiste. Mas para o começo de tudo é necessário sair do quarto, aventurar-se um pouco pelas veredas da auto confiança pelos desejos de conhecimento, encontro e renascimento. Dessa forma abrimos os caminhos naturalmente, segurando fortemente nossa mão e dando-nos a força e intuição necessárias para se achar e abrir a porta. A princípio tudo parecerá feio, morto, envelhecido. Mas será preciso paciência para ver que tudo está coberto sim, mas de vida, porém encoberto pelo tempo em que a única pessoa na qual poderia cuidar daquele lugar, se afastou.

Retire as ervas daninhas, toque a terra e plante. Ande pelo jardim, aprecie-o mesmo sem ter ainda o que apreciar. Dê atenção a ele para isso te esse cuidado retorne. E então aguarde a chuva, as tempestades, os ventos. Por mais que costumemos tomar tais coisas como más e inconvenientes, lembre-se que a chuva banha a semente, a tempestade a energiza e os ventos levam consigo as coisas más e trazem as boas consigo. Sinta o coração bater, mais forte a cada segundo, e a respiração se estabilizar. Quando as flores começarem a se abrir e você começar a florescer vá para a porta do jardim, olhe, inspire e entre em seguida. Parabéns, você acaba de nascer de novo. E assim redescobre o motivo de estar aqui, e consegue ver amor no outro e antes de tudo amor em você mesmo e no que acredita. Porque não basta somente saber que há algo dentro de você para ser aberto, é preciso procurar a chave, encarar e mudar tudo o que existe ali dentro.

“She made herself stronger by fighting with the wind.” 
― Frances Hodgson BurnettThe Secret Garden



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